(Texto : Gabrielle Teco, Head of Marketing & People at GESTO – 22/11/2018 – Blog HSM).
Inteligência emocional, de Daniel Goleman, e Teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner, são livros com temática super atual, apesar de já terem completado mais de duas décadas desde que foram lançados. O que os autores enxergaram como tendência lá nos anos 1990 hoje já é realidade e, no mundo corporativo, a cobrança por essa competência está cada vez mais alta.
Em linhas gerais, para ter inteligência emocional desenvolvida, o indivíduo precisa reconhecer e avaliar sentimentos (seus e dos outros), além de saber gerir bem essas emoções, sendo responsável pela própria motivação e por desenvolver bons relacionamentos interpessoais.
Esse conceito parece complexo e é. Quanto melhor o Quociente Emocional (QE), mais responsável você se torna pela relação com o outro. No dia a dia do trabalho, por exemplo, se você lida com pessoas com baixa inteligência emocional, a responsabilidade por contornar possíveis descontroles emocionais ou falta de empatia acaba sendo sua. Isso não seria um problema se essa competência ainda não fosse tão escassa nas organizações. E quem se vê sozinho levantando essa bandeira acaba sobrecarregado emocionalmente.
Para tornar esta discussão mais prática, leia as dicas para você aprimorar sua inteligência emocional e usar essa competência para melhorar a relação com você mesmo e com o mundo:
Invista em autoconhecimento
Parece um tema batido, né? Mas é incrível como as pessoas, proporcionalmente, investem muito mais tempo em desenvolver conhecimentos técnicos do que habilidades emocionais. Vamos a um exemplo prático: você sabe diferenciar valor pessoal de uma necessidade? O valor reconhecimento, por exemplo, é diferente da necessidade de ser reconhecido, e isso pode ter impacto tremendo em sua relação com outro.
Se você não souber identificar o que está por trás de suas motivações, a chance de você fazer leituras equivocadas sobre o que se passa dentro de você é enorme. Dentre as atividades que podem ajudá-lo nessa jornada do autoconhecimento estão: processo de coaching, terapia/análise, cursos de liderança, entre outros. Quer começar simples? Sugiro fortemente o livro Descubra seus pontos fortes, de Marcus Buckingham e Donald O. Clifton, que é bem didático e ainda oferece um código para você fazer um teste de perfil, online.
Pratique o controle
Uma coisa puxa a outra: se você tiver autoconhecimento, com o tempo, aprenderá a controlar melhor suas emoções, pois suas escolhas serão feitas de maneira mais consciente. As emoções são como dados que só viram informações importantes se a mensagem for corretamente decodificada. E é aí que mora a junção do autoconhecimento e do controle: se você interpreta corretamente os dados produzidos em você, conseguirá emitir ao mundo a informação correta. Portanto, vale lembrar que, entre ação e reação, há espaço para fazer escolhas e que, estando consciente disso, você estará no controle.
Tenha empatia
Quando você já estiver craque em identificar e controlar as próprias emoções, estará pronto para passar para a próxima etapa, muito mais difícil: entender o que se passa com o outro. A empatia é uma competência que, se bem desenvolvida, pode levar você para outro patamar na relação com as pessoas. Ter empatia é conseguir, verdadeiramente, se colocar no lugar do outro quase que como uma experiência extra corporal: nada adianta você tentar entender o outro usando os óculos seus, cujos formato, arestas, lente, tudo funciona para você enxergar seu mundo. Para você ver através dos óculos do outro, vai precisar conhecê-lo melhor, observar gestos, tom de voz, entender motivações, entre outras coisas. O primeiro passo para ter empatia é ouvir. Ouvir atentamente com os ouvidos e com os olhos. É se interessar verdadeiramente pelas pessoas e se questionar o tempo todo: se eu tivesse essa história de vida, essas motivações, esses medos, o que estaria se passando comigo nessa situação? É muito difícil, mas também é um caminho sem volta e um tanto quanto libertador. Quando você entende o outro, o risco de você levar as coisas para o lado pessoal diminui consideravelmente e as relações passam a ser mais leves no trabalho (e na vida).