No ano de 2006 eu experimentei na pele e na alma um estado depressivo. Começou com uma tristeza pela culpa de não ter seguido a carreira que meus pais sonharam e investiram. Passou pela ruminação de pensamentos de “desvalor” e baixa estima que atingiu um nível clínico e diagnosticado – a depressão. E apesar de ter um casamento muito bom, dois filhos saudáveis, uma casa confortável e muita dedicação em projetos do terceiro setor e da Igreja local, naquela época, eu estava num estado de escuridão emocional.
Estamos em 2025 e enquanto digito este breve depoimento estou bem!
E inspirada para compartilhar sobre a importância, de buscarmos mais do que experiências de superação dos nossos estados emocionais ruins como seres humanos. E sim que sejamos curiosos para desenvolver uma mentalidade de destino.
Hoje a ciência é capaz de investigar nosso cérebro em plena atividade através de máquinas sofisticadas e potentes. Exames sanguíneos podem mensurar nossos níveis de serotonina, um neurotransmissor chave para o equilíbrio do humor. Os processos terapêuticos foram amplamente divulgados através de conteúdos sobre a necessidade de autoconhecimento e inteligência emocional.
Mas o que temos aprendido sobre mentalidade de destino? Somos destinados ou nos destinamos? Eu acredito em ambos. E não estou falando sobre a eternidade, apesar de crer e esperar por ela. Mas falo de destino como uma responsabilidade. Uma certeza de que enquanto eu vivo, também vive em mim um chamado à vida plena, concedida pelo meu Criador e Deus. Uma responsabilidade pelas escolhas, pensamentos, sonhos e projetos. Mas também, de que neste planeta azul podemos ser: tanto plenos de contentamento quanto úteis uns aos outros. Atualmente há até pesquisas sobre a importância do que tem sido chamada, Saúde Social.
Não acredito que viver é só uma transição de prazeres e de estados emocionais. Você acredita que sim?
A minha crença é de que o espírito humano tem fome de plenitude de valores e virtudes. E que ele foi moldado para o convívio altruísta de servir outras pessoas além de nós mesmos.
Concluo esta breve reflexão com uma profunda consciência de que não temos respostas convincentes para os questionamentos, desejos e dores humanas. E que olharmos para dentro (autoconhecimento) e para fora (soluções técnico-científicas) não seja suficiente. Mas que nosso DNA de destino nos convida a olharmos para O Alto.
Este é um convite à espiritualidade com foco no Superior, no Divino, no Salvador – O Cristo. Ele não criou as religiões mas religou pessoas à Deus. Ele não escreveu dogmas, mas disse Palavras que jamais serão esquecidas. Ele não foi um mártir, mas um missionário e filho obediente que se entregou. Ele é a personificação do amor e da aceitação, mas não se contenta com relacionamentos superficiais. Ele quer ensinar, curar e corrigir motivações enquanto nos ensina sobre Destino.
Gisele Cipili