O que você vai ser quando crescer?
A minha resposta era sempre: “vou ser médica”. Porque nos anos 80 e acho que até hoje, era o sonho de alguns pais para os seus filhos e filhas. Eu queria muito agradar a minha família e estava determinada à
isso.
Mudei para Curitiba sozinha aos 17 anos, passei em Odontologia, cursei dois anos; casei; tive um filho; separei; fui mãe do meu bebê na UTI; ele sobreviveu – tem 29 anos hoje! Tive outro filho, outro casamento e não voltei para a faculdade para concluir o curso superior.
Voltei para o interior do estado, trabalhei no negócio dos meus pais, trabalhei nas clínicas que ajudei meu marido (ortodontista) construir; trabalhei em projetos sociais; trabalhei no meu lar e mais do que tudo na vida: amei dar uma grande pausa para curtir meus filhos!
Aos 36 anos na época, apesar de ter feito tanto e por tantas pessoas, me sentia sem autoestima para realizar algo que eu pudesse chamar de minha – uma carreira.
Passei pela depressão, pânico e tudo o mais que vem no pacote emocional de uma mulher que não encontrou seu lugar no mundo do trabalho.
Com 40 dei a minha grande virada quando me formei em Pedagogia pela Universidade Tuiuti do Paraná e fui indicada para ser a oradora da turma. Ainda estava me sentindo muito bem com a conquista, quando ouvi uma “observação “ de um pseudo amigo que disse: “não tinha um curso pior pra você fazer não?”
Como uma mulher atleta amadora a vida inteira, busquei dentro de mim aquela “gana” de quem bate na bola em quadra e que só atletas entenderão – não parei mais!
Fiz pós em gestão de pessoas, formação reconhecida pelo ICF Global em coaching executivo, life e carreira e dezenas de outros cursos de extensão e on-line. Abri a minha empresa em Curitiba; decorei minha sala como eu sonhava; criei a minha própria biblioteca e devorei tudo sobre como ajudar pessoas a se desenvolverem no âmbito profissional.
Ainda faltava realizar o sonho do meu pai. Você não imagina como isso ficou mais forte em mim depois que ele faleceu há 10 anos. Mas ser médica a essa altura, nem pensar! E a carreira com o propósito de ajudar pessoas eu já tinha e com o reconhecimento que eu queria.
Foi em Novembro de 2022 que encontrei a pós em Fronteiras da Neurociência no Ensino e Pesquisa do Albert Einstein Faculdade Israelita Albert Einstein que tem tudo a ver com a minha atuação com pessoas e empresas.
Para a minha surpresa Pedagogas de formação são aceitas e até “desejadas” no curso, no qual farei parte este ano da quinta turma. Pena que aquele fulano não faz mais parte da minha rede para ficar sabendo rsrsrs.
Agora aos 52 passei pela entrevista, fui aceita e em Março de 2023 partirei rumo ao ensino do Albert Einstein para continuar estudando.
Pai (in memorian) é por mim e para você! Obrigada à Deus, mãe, irmã, marido, filhos e aos verdadeiros amigos.
Você que me lê: sonhe, acredite, recomece se necessário e conquiste… deseje-me sorte!
Lembre-se: nascemos para crescer até que o ciclo por aqui se encerre.
Um abraço afetuoso,
Gisele Cipili
