Naquela noite chovia muito e quando os raios e trovões batiam à minha janela, também estremecia uma pequena alma de criança.
Eu só tinha cinco anos mas já sabia onde encontraria segurança – no amor.
Então corria para a cama dos meus pais e entrava no meio deles, onde era certo que acharia rapidamente o aconchego, a cura para o meu medo. E repentinamente a chuva parecia diminuir na mesma medida que o calor do colo dos meus pais começava a me aquecer.
Essas experiências da infância me marcam até hoje, porque eu sabia onde o lugar seguro estava, era só correr para ele que tudo se acalmava na casa e dentro do meu coração.
Acontece que o medo é um “monstro” que insiste em querer assustar.
Ele não escolhe idade ou contexto, mas apenas vem. Quer em forma real de uma tempestade na infância ou imaginária em pensamentos na vida adulta. Ele chega ousado e ocupa espaço achando que manda, controla, intimida e se deixar, até engana sobre ter muito poder.
E agora que não dá mais para buscar abrigo com os pais, onde eu posso encontrar a leveza e a paz como antídoto para esse temor frio que gera dor?
Ainda no amor.
Muitas pessoas nesse exato momento podem estar lidando, com algum tipo de medo: do fracasso, da rejeição, da morte por um vírus, de ser bem sucedida e até de amar e ser amada. Quando isso acontece e nos domina, parece que entramos num túnel escuro onde falta ar e a vida começa a acelerar no ritmo das batidas rápidas e loucas do coração – perdemos o controle, encontramos ele de novo e trememos, gritamos: onde estará o amor aquele meu conhecido e amável salvador na infância?
Quando adultos a necessidade da presença dos pais precisou ser substituída pela confiança íntima de que somos inteiros e temos em nós todo o necessário para confiar e seguir. Aquilo que estava no outro, agora está aqui e aí (coloque a mão no seu peito).
Olhe para dentro e diga: em mim precisa ser o lugar em que faço um estoque diário, enchendo com suprimentos de estima e valor pessoal. Rememorando as conquistas, revisando aprendizados e re- ensinando quem sou sobre como perceber mais o amor.
São estes meus lugares de consciência onde estão as reservas emocionais positivas que vou lá pegar quando preciso, quando duvido ou vou começar a sofrer.
Nesse nosso secreto e íntimo EU, Deus está, eu estou, as pessoas queridas, minhas memórias de capacidade e forças estão – o medo não precisa estar.
Eu escrevi esse texto do meu coração para você que precisava ler isso hoje.
Sabe, fui escolhida pela genética e as circunstâncias da vida, para caminhar nessa trilha em que a coragem tem sido o melhor e mais sábio guia. Eu apenas sei sobre ter medo, mais do que gostaria de saber. Quer um conselho de especialista no assunto?
Visite-se, ative o antídoto, redescubra todos os dias onde está sua dose de amor, tome-a e deixe que todo seu SER o absorva. Até que finalmente a sensação seja de autocuidado e gratidão para aquele dia.
Um abraço afetuoso,
Gi.